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sábado, 12 de fevereiro de 2011

Testosterona afeta empatia e pode ser causa do autismo

Pesquisadores da Alemanha e do Reino Unido descobriram que o hormônio masculino testosterona interfere com a empatia da pessoa em relação a outras. O estudo, que está na publicação PNAS, traz mais evidência para a teoria de que o hormônio é significativo para o desenvolvimento do autismo, transtorno que é muito mais comum em meninos do que em meninas. No estudo noticiado pela BBC, os cientistas deram pequenas doses de testosterona para 16 voluntárias mulheres, que ficaram menos capazes de julgar o humor ou as expressões faciais de outras pessoas. A capacidade de empatia é uma das mais afetadas pelo autismo.

O autismo é um transtorno que afeta de várias maneiras a habilidade das crianças e de adultos de se comunicar e interagir socialmente. Enquanto vários genes ligados à condição já foram encontrados, a combinação exata de genética e outros fatores ambientais ainda não é clara. O último estudo testa a ideia de que o transtorno pode ser o resultado de um cérebro "extremamente masculino", talvez comprometido por ter sido exposto a hormônios sexuais masculinos durante o desenvolvimento do cérebro no útero.
As mulheres costumam ir melhor do que homens em testes comuns de "leitura da mente", em que as pessoas analisam fotos de rostos para tentar adivinhar qual o humor da pessoa fotografada. No entanto, a dose extra de testosterona causou uma redução significativa nessa vantagem feminina durante o teste.
Há várias diferenças físicas entre homens e mulheres, obviamente. Por exemplo, a diferença de tamanho entre o dedo indicador e o anelar. Homens costumam ter o dedo indicador mais curto do que o anelar, enquanto para mulheres é mais comum ter os dois do mesmo tamanho ou o indicador mais longo. Acredita-se que essas diferenças são causadas pela diferente exposição a níveis de testosterona durante a gestação.
No novo teste, as mulheres que tinham menos empatia, apesar da dose extra de hormônios, já tinham os dedos com características mais masculinas. "Isso contribui para o nosso conhecimento do quanto pequenas diferenças hormonais podem ter um efeito enorme na mente", diz o pesquisador Simon Baron-Cohen.
A pesquisa não traz todas as respostas sobre as origens do autismo, então as descobertas ainda precisam ser vistas com cautela.

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