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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Segundo uma pesquisa recente alerta que os portadores do Déficit de atenção correm risco de sofrem demência na velhice

Neurologista brasileiro pede, contudo, que conclusões da pesquisa argentina que propõe relação entre os problemas sejam vistas com cautela

Adultos que sofrem de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) teriam três vezes mais chances de desenvolver uma forma comum de demência na velhice, defende uma pesquisa publicada na edição de janeiro do periódico European Journal of Neurology.
Pesquisadores argentinos confirmaram a relação após analisar o histórico de 360 pacientes com demência degenerativa, 109 com demência com corpos de Lewy (DCL), doença semelhante ao Alzheimer e com sintomas de Parkinson, e 251 com Alzheimer propriamente. Os resultados mostraram que 48% dos pacientes com DCL haviam sofrido transtorno de déficit de atenção e hiperatividade quando jovens. No grupo com Alzheimer, somente 15% tiveram TDAH na idade adulta.
A DCL – segunda causa mais comum de demência na velhice depois do Alzheimer – é um problema neurológico com efeito progressivo e compromete habilidades físicas e mentais. Além disso, pacientes com essa doença podem ter alucinações e problemas de movimento espontâneo, semelhantes aos observados no Parkinson. “DCL ocorre em cerca de 10% dos casos de demência em pessoas idosas. Podemos considerar, porém, que pode haver um subdiagnóstico, já que a doença tem características comuns ao Alzheimer e ao Parkinson”, diz Angel Golimstok, autor da pesquisa.

O TDAH é considerado um dos distúrbios de comportamento mais recorrentes no consultório de psiquiatras que atendem crianças e adolescentes. A doença causa problemas de atenção, além de hiperatividade e impulsividade. “Acreditamos que nosso estudo é o primeiro a examinar e encontrar uma relação clara entre adultos com sintomas de TDAH e DCL”, diz Golimstok.

Sintomas podem confundir — Para o neurologista brasileiro Erasmo Casella, sintomas normalmente confundidos com TDAH, como a distração, podem surgir com a idade ou como sinais iniciais de uma demência. Isso pode levar familiares a deduzir que o paciente tinha o distúrbio na juventude. "Esse tipo de observação sempre deve ser vista com cautela, já que não e fácil um diagnóstico retrospectivo de TDAH em pessoas de idade avançada", afirma.




 

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