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terça-feira, 29 de junho de 2010


Bom, é muito conveniente quando nos deparamos com a palavra “AUTISMO” e logo imaginarmos uma pessoa totalmente “retardada”.
Mais isso só acontece com quem nunca ouviu falar sobre o transtorno (e mesmo tendo ouvido falar é como se jamais pudesse acontecer conosco), e quando se depara simplesmente segue sua linha de raciocínio e não permite conhecer de fato o lindo mundo que é o AUTISMO.
Certo que ao longo de nossas vidas encontraremos diversas limitações, mais nada que nos impressa de viver como devemos cada momento com nossos filhos.
Quando me deparei com está possibilidade sente como se o meu mundo naquele momento tivesse simplesmente acabado.
De imediato veio a visão de um filho “louco”, ou seja, tudo que eu idealizei nunca seria concretizado nas nossas vidas.
O Hermano nasceu no dia 11-11-2007. Lindo e perfeito.
Mais no dia 22-01-2009, numa noite comum ele sentiu febre.
Logo foi medicado com Tylenol, mais a febre não cedeu durante toda a noite (ia embora mais logo voltava).
Amanheceu o dia e nos fomos ao médico, lá de imediato ele levantou a possibilidade de uma infecção intestinal (mais eu discordei todo o tempo), foi receitado o mesmo Tylenol e amoxilina.
Sai da sala e fui pra Casa cuidar de arrumar a bolsinha dele pra levá-lo em outro hospital por que não era infecção intestinal (eu tinha certeza). Só que antes meu filho entrou em convulsão.
Eu nunca tinha visto uma convulsão, e na verdade não me dei conta do que acontecia até que um anjo abriu os olhos e o coração de uma prima (Márcia) e ela gritou o que acontecia e já saiu com ele no colo atrás de colocá-lo num carro e correr rumo ao hospital mais próximo que tem seis quilômetros de distancia.
Fomos em choque, eu entrei em pânico e tinha a sensação que meu filho não voltava mais...
Senti que eu morria aos poucos junto com ele, respirar foi ficando cada vez mais difícil pra me, doía tudo em me, minhas lagrimas encharcaram minha roupa gritava e parecia não ser ouvida, implorava por ajuda dos céus e o tempo passando e nós na estrada com meu filho no colo sem respirar.
Quando finalmente chegamos ao primeiro hospital já entrei gritando que meu filho estava morrendo em convulsão, mais não fomos atendidos por que o médico estava numa cirurgia.
Graças a Deus havia outro hospital na mesma cidade.
Quando lá chegamos logo fomos atendidos por uma pediatra. Eu fui fraca e não consegui ficar do lado dele com eu deveria. Olhar nos olhinhos dele sem ver vida nem sinal de vida que fosse e não tava no meu poder fazer nada era a morte pra me.
Foi pro oxigênio, tomou algum medicamento na veia...
Depois de alguns minutos graças a DEUS ele recobrou os sentidos.
Muito cansado e com muiiitooo medo acolhe ele no meu colo e disse sem cansar que eu o amava e nada mais me fazia parar de chorar. Aquele momento ele nasceu de novo pra me!
A pediatra indicou que eu esperasse ele se recuperar e voltasse pra Salvador (estávamos em Duas Serras interior da cidade de Antas Bahia).
Voltamos pra casa de vó (onde estávamos).
Ao cair da noite do mesmo dia a febre voltou e eu não mais quis esperar e logo voltei ao hospital com tudo que nós precisávamos pra passar lá alguns dias sobre observação.
Quando fomos atendidos durante o atendimento meu filho novamente entrou em convulsão.
E mais uma vez o desespero tomou conta de me.
Mais desta vez ele não demorou pra voltar.
Mais ai o cansaço já dominava todos os movimentos do corpinho dele.
Não tinha força pra nada.
Mais eu me mantive forte e o vi dormir toda a noite. E quando ele acordou vê que ele ainda estava muito fraco e com fome. Dei-lhe de comer e não o larguei do meu colo nenhum estante.
Passamos três dias sobre observação médica. Quando fomos sair o médico indicou que eu procurasse um neuro.
Quando comecei a falar com o neuro de acordo com as perguntas que ele me fazia foi que eu me dei conta que meu filho “faltava algo” que as outras crianças da mesma idade. Mais logo ele me falou da possibilidade de AUTISMO e uma CRISE DE AUSÊNCIA, mais me acalmou dizendo que era impossível ser diagnosticado com muita rapidez, e me alertou que o caminho seria longo e árduo.
Foi receitado o uso do valpakine e muricalm.
Valpakine 2 vezes ao dia (manhã e noite)
Muricalm 3 vezes ao dia (manhã tarde e noite).
Como até aquele momento eu era absolutamente lega em relação a autismo nunca tinha ouvido falar (eu acho), pede ao médico que anotasse o nome num papel pra que eu pudesse ler a respeito e encontrar a cura.
Mais ai é que vi que meu filho tinha algumas características do um grau leve, mais que a cura não é assim como eu imaginei.
Mantive ele medicado, graças a Deus parecia nunca mais ter convulsão até que no intervalo de encontrar o medicamento ele teve mais duas. Ai a mim já tinha brotado a importância de minha força e amor.
Sempre chorava mais agarrada a ele!
Hoje ele tem dois anos e sete meses, e ainda estou na caminhada árdua.
Ainda estou no caminho da descoberta, ansiedade, irritabilidade, medo...
Mais acima de tudo estou feliz por que tenho ele!

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